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Proposta de Lira e Temer, semipresidencialismo é ‘idiota’, diz Bolsonaro


“E esse negócio de semipresidencialismo?”, questionou um apoiador ao presidente Jair Bolsonaro na manhã desta segunda-feira, no cercadinho do Palácio do Planalto. Sem citar o nome de nenhum apoiador da iniciativa, defendida por Arthur Lira, Michel Temer e ministros do STF como Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Dias Toffoi, Bolsonaro passou a desancar a proposta e seus patrocinadores:

“Tem certas coisas que é tão idiota que não dá nem pra discutir. Eu não vou começar a bater boca com ninguém sobre esse assunto. É coisa idiota, idiota. Agora eu falo que jogo dentro das quatro linhas [da Constituição], quem sair fora, daí eu saio também… daí eu sou obrigado a combater o cara fora das quatro linhas. Tá ok?”, declarou o presidente.

Dizendo que não discutiria a a questão, ele continuou a resposta:

“Agora você pode ver: se você for levar ao pé da letra o semipresidencialismo ou outro regime parecido, eu teria poder pra dissolver o Congresso, olha aí, tá vendo? Então eu não vou discutir. Você vai começar a discutir quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Não vai chegar a lugar nenhum”.

Bolsonaro comentou ainda que “lançam isso daí” para “acobertar outras coisas”. “O que muita gente tá preocupada é que acabou a mamata. Olha o prejuízo das estatais no passado e o lucro agora. A roubalheira na Petrobras…”, afirmou o presidente, lembrando-se que tocou em um ponto sensível para a sua popularidade.

“A gasolina tá cara? Custa 2,30 [reais] a gasolina o litro, tá? 2,30. Chega 7 na ponta da linha, depois tem que saber por que que chega 7 , não me culpar. É o que eu falei outro dia aqui, o cara brocha em casa, me culpa”, concluiu o assunto.

Na semana passada, durante o fórum promovido pelo Gilmar Mendes em Lisboa, o presidente da Câmara defendeu o semipresidencialismo com o argumento de “a previsão de uma dupla responsabilidade do governo, ou de uma responsabilidade compartilhada do governo, que responderia tanto ao presidente da República quanto ao Parlamento, pode ser a engrenagem institucional que tanto nos faz falta nos momentos de crises políticas mais agudas”.

No mesmo evento, Dias Toffoli causou polêmica entre os bolsonaristas ao declarar que o Brasil já tem um semipresidencialismo “com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal”. “Basta verificar todo esse período da pandemia”, comentou o ministro.

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