Desde que chegou ao Planalto, Jair Bolsonaro abandonou muitos aliados pelo caminho. Não é preciso citar nomes, pois são muitos os exemplos desses bolsonaristas caídos. Alguns inclusive estão na oposição tentando a sorte nas urnas.
O tempo passou e Bolsonaro, para ficar passeando de moto e jet ski mais quatro anos, precisa novamente pedir votos aos eleitores. Daí o sacrifício de peitar o STF para tentar salvar Daniel Silveira. Não dá para ser ingrato em tempo de eleição.
Não é que Bolsonaro se importe realmente com o barulhento deputado. Já deixou claro em diferentes momentos que não tinha obrigações com Silveira. O ato de Bolsonaro é, sobretudo, uma tentativa de segurar sua base. Se não fizesse nada para salvar o deputado, poderia perder votos. Assim, ainda que o STF derrube sua canetada duvidosa, terá o discurso de que fez o possível para ajudar o aliado.
Bolsonaro também ganha ao bater no STF. Como as pesquisas em poder do Planalto mostram, a briga com o Supremo é eleitoralmente lucrativa para o presidente. A impopularidade da Corte, que livrou uma lista de corruptos presos na Lava-Jato, é notória. Bolsonaro pode ter abraçado o centrão, mas não seria perdoado por sua tropa se abraçasse também o STF. Essa briga seguirá campanha adentro.