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PRF quer gastar até R$ 25 milhões em brindes para autoridades


 A PRF quer comprar 1.500 “kits churrasco” compostos por tábua de corte, faca e garfo de trinchar gravados com a logomarca da polícia para distribuir como brinde para autoridades e políticos brasileiros.

Em novembro do ano passado, a direção da PRF solicitou a abertura de processo para a tomada de preços e futura licitação para a compra de brindes personalizados como os kits churrasco e também mousepads, cadernetas, camisetas, bandeiras de mesa, carregadores sem fio e até réplicas em miniatura das viaturas e motocicletas usadas pela polícia rodoviária.

O Radar teve acesso a uma planilha com a estimativa de preços dos itens produzida em 30 de novembro por um funcionário da PRF. O gasto estimado para a compra, que incluiu ainda materiais para programas de educação de trânsito, poderia chegar a 25,7 milhões de reais.

Em outro documento, chamado Documento de Formalização da Demanda, ao qual o Radar também teve acesso, a PRF justifica a aquisição milionária dos brindes pela necessidade de “alinhamento estratégico” ao projeto da direção-geral da polícia de “valorizar o relacionamento da instituição com seus diversos stakeholders”.

Sabe-se que Silvinei Vasques, chefe da PRF que assumiu o posto em abril do ano passado, é pessoa próxima a Jair Bolsonaro. Ele já fez diversas homenagens e entregou comendas ao presidente e a pessoas próximas a ele, como a primeira dama Michelle Bolsonaro e o ex-secretário de Cultura Mário Frias.

“Um brinde personalizado é uma forma de valorizar a marca PRF”, diz a corporação no documento. “Esse tipo de ação também é uma estratégia de branding, já que a percepção que o cliente tem a respeito de determinado serviço geralmente é afetada de forma positiva com a oferta do brinde.”

O Radar perguntou à PRF se a licitação ocorreu de fato e para quem seriam dados os brindes. A corporação respondeu que optou por manter apenas os materiais de educação de trânsito no edital de licitação, que ainda está sob análise, não tendo sido, portanto, segundo a PRF, “aberto qualquer processo de aquisição até o presente momento”.

A polícia reafirmou que a compra dos brindes é uma “estratégia de branding” para “valorizar o relacionamento da instituição com seus diversos stakeholders”.

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